Chega um ponto da vida que a gente pára para pensar. É hora de fazer um balanço do que viveu; de literalmente discutir relação com você mesma. Geralmente a gente acha que tudo que viveu não serviu para nada. Arrependemos-nos de uma penca de coisas. Achamos que fizemos tudo errado. Lamentamos o tempo que não volta atrás. Choramos pelo que poderia ter sido e não foi.
Parece que tudo o que a gente quer é estabilidade. Ter um bom emprego. Ganhar bem. Ter uma família estruturada e “normal” (se é que isso é possível). Ter um parceiro bonito, inteligente, fiel e educado (será que existe?). Mas no fim, essa não é bem a verdade.
No fundo, se todos conseguíssemos os elementos citados acima, nunca estaríamos satisfeitos. Acabaríamos dispensando toda a estabilidade do mundo para viver uma aventura mundana. É isso mesmo. O ser humano nunca se conforma. Ele sempre quer mais e mais. Tem fome e essa fome nunca passa. E é essa a graça de viver, pois, se conseguíssemos tudo que quiséssemos e os sonhos se acabassem, não teria mais sentido a vida. Porque viver é buscar. Buscar algo oculto, que não se conhece. O inominável. É buscar preencher o buraco de nossa existência.